A capacidade da etiqueta mudou?

Sim, mas é importante entender que essa mudança não foi uma alteração da capacidade real do produto – e sim uma correção na forma como ela era apresentada nas etiquetas, conforme já exigido desde a primeira edição da norma ABNT NBR 15637 em 2008.

Qual era o problema?

Historicamente, algumas de nossas etiquetas apresentavam a Carga Máxima de Trabalho Efetiva (CMTE) ao invés da Carga Máxima de Trabalho nominal (CMT), que é exigida pela norma.

Conforme a ABNT NBR 15637:

  • Desde a primeira versão (de 2008, item 8.1.1, letra a na época) já exigia a indicação da CMT;
  • A versão atual reforça a exigência no item 5.1.5.1, letra h:

Por que foi corrigido?

O erro estava em assumir a CMTE como valor de etiqueta. No entanto:

  • A CMTE varia conforme o modo de uso (cesto, incidência de ângulos, número de pernas etc.);
  • É impossível padronizar o CMTE, pois ela depende da aplicação prática, do modo de uso que a cinta será utilizada;
  • A norma exige a CMT nominal, que é referenciada na forma vertical, ;
  • Isso significa que a CMTE da cinta no modo de uso Vertical = CMT pois o Fator de Uso (FU) neste caso é de 1,0.

Como era a etiqueta

Cintas tipo BAG, ESTEIRA, CARGO ou GRAB de múltiplas pernas (2, 3 ou 4) não podem ser utilizadas na vertical. Mas na etiqueta colocávamos a informação da CMTE (veja no canto superior esquerdo, da imagem abaixo). Mas esta é válida apenas para um determinado modo de uso e não reflete os critérios de projeto e ensaio do produto.

Etiqueta (antiga) com “CMTE 4.2t” indevida

O que é CMT e CMTE?

  • CMT (Carga Máxima de Trabalho): valor nominal fixo e padronizado da cinta. É o valor de projeto e ensaio, com base no fator de segurança estabelecido;
  • CMTE (Carga Máxima de Trabalho Efetiva): valor variável, calculado a partir da forma de uso real (ângulo, modo de uso, número de pernas etc.).

Veja mais nestes outros FAQs sobre o tema:

Como isso afeta a interpretação da etiqueta?

A CMT é sempre a referência nominal da cinta, inclusive para ensaio e certificação. Mesmo que o modo de uso vertical seja proibido, como no caso das GRABs com múltiplas pernas, a etiqueta deve informar a CMT real do material, e não uma CMTE calculada de forma variável.

CMT = 2 t (cor verde) mas com o uso na vertical proibido (etiqueta nova, corrigida)

Repare, por exemplo, a etiqueta da cinta TECNO onde o uso Vertical é permitido:

  • Na vertical Vertical temos FU = 1,0; Logo o CMTE (primeira figura) = CMT * 1 = 10 t
  • Já no uso em cesto com ângulo de 60° (quarta figura) temos o mesmo FU (CMTE também resulta em 10 t), porém numa operação completamente diferente.

Por outro lado em uma Grab de 1 perna aí temos a forma de uso vertical aceita e outras proibidas:

FAQs relacionados:

E quanto ao ensaio do produto?

Esse ponto é fundamental.

Mesmo que o produto não vá ser usado na vertical, a capacidade que é ensaiada é a CMT, pois ela é a referência normativa.

  • Exemplo: cinta ensaiada com CMT de 2 t, considerando fator de segurança de 4:1: carga mínima de ruptura de 8.000 kg;
  • Se considerássemos CMTE 4,2 t não faria sentido técnico, pois o ensaio não foi feito com base nesse valor.

Trecho da norma que esclarece sobre este ponto

O mesmo ponto, ratificado na declaração que acompanha o produto

Aplicações críticas: cargas com centro de gravidade deslocado

Em configurações assimétricas ou com ângulos desconhecidos, é essencial considerar a pior hipótese: considerar metade da CMT da GRAB de 2 ou mais pernas, desde que seja respeitada a incidência máxima de ângulo de 60°. Sem a informação do CMT na etiqueta, como o usuário iria fazer esta consideração?

Ferramenta útil para GRABs com duas pernas, com os pontos de içamento partindo da mesma altura:

Em resumo: o que mudou?

  • Agora todas as etiquetas apresentam a CMT nominal do produto, conforme exigência da norma;
  • Essa alteração corrige um histórico de etiquetas com CMTE variável que poderiam causar interpretações incorretas;
  • A mudança afeta cintas que não podem ser usadas na vertical (ex: BAG, CARGO, ESTEIRA, GRAB de 2, 3 ou 4 pernas);
  • Aplicamos essa padronização a todos os modelos, inclusive alguns desenvolvidos conforme normas internacionais (ASME) por demanda de clientes.

Se ainda restar alguma dúvida ou quiser apoio na escolha da cinta adequada, entre em contato com nosso suporte técnico. Estamos à disposição para ajudar!